Internet praticamente vazia. Digo vazia por não ter nada de interessante. Tweets falando sobre programas inúteis de televisão inundavam minha página, e fotos alheias, com intuito de mostrar carros e roupas novas, eram bombardeados no meu site de relacionamentos. Pois bem, minha única diversão ,neste momento,está sendo ver as fotos e vídeos que fiz com a câmera emprestada de minha prima. Fotos loucas, engraçadas e aquelas em que me "fantasiava" de modelo. Até parecia gente (risos). Só que havia aquelas que me chamavam atenção. Fotos com minha mãe e filmagens que fizera ,na brincadeira, com "ele" - para utilizar em uma edição de vídeo futura, que mesmo tendo algumas "ensaiadas", reproduziam aquilo que sempre acontecia quando uma câmera não estava lá para registrar.
Que coisa. Num minuto uma enchente de lembranças e suspiros, já não bastasse minha imaginação muito fértil. Acabara de me recordar de algumas horas atrás. Deitada na rede, eu o esperava com tantos problemas mirabolantes na cabeça, mas, ora ou outra, tentava fechar os olhos para ouvir o silêncio com mais clareza. A rede estava tão gostosa ,tantos momentos que passara ali com ele.Aquilo me deixara um pouco mais confortável, mesmo ainda permanecendo com a mente um pouco distante, lembrando e relembrando das minhas ações. Era incrível como eu conseguia me recordar de detalhes passados, quando permanecia um pouco mais relaxada.
Minutos depois ele chega. Abre a porta da varanda, com calma, e logo consigo perceber seu olhar de preocupação se fixando em mim. Sentou-se na rede e, por alguns segundos, desprendi-me de minhas preocupações, sendo a única coisa que me veio à cabeça, um simples resmungar sobre não poder ver as estrelas. E era verdade. O céu estava muito escuro e as nuvens eram as únicas decorações da noite. Ele logo riu e recordou de uma noite passada, quando havia faltado energia na cidade. Veio-me a mente como as estrelas tinham dado um toque essencial de boa noite ,já que permaneciam escondidas com a imensidão das luzes noturnas da cidade ,todos os dias.
Após esse instante, uma única pergunta, da parte dele, se desmembrou em centenas . A conversa estava posta. Esta fazia sua função: dava liberdade ao emaranhado de fios de problemas, dúvidas e nós. Eu sempre me sentia melhor quando desabafava com ele, porém ao mesmo tempo me sentia tão mal por descarregar meus problemas e conclusões bobas naquele que tanto amava. Meu medo era ser um peso, ser chata, repetir demais. Não queria falar muito e chateá-lo, por ser uma "garota cheia de problemas e loucuras". Ele me passava, às vezes, um ar de quieto e ao mesmo tempo mostrava sua personalidade tão forte. Só que seus olhos também me passavam tanta confiança e ternura que eu me deixava envolver pelos seus braços e suas palavras de apoio.
No entanto, não eram motivos para me transformar em uma garota mimada e permanecer do jeito que estava. Cada palavra que saia de sua boca era memorizada tanto com a mente como com o coração. Enquanto uma se focava no apoio e percebia que tinha que mudar muitas coisas, colaborando(fielmente) com a terapia, meu coração se arrepiava, cada vez que dava pulinhos para me avisar que estava amando cada vez mais, passando do limite aceitável pelo bombeamento de sangue - próprio para casos estrondosos de amor.
Era fácil se emocionar e ao mesmo tempo rir com a situação linda em que me encontrava. De um lado, a garota que estava entrando em um mundo novo. Um olhar de menina que possuía passos com trilha sonora de filmes e que estava conhecendo (por mais louco que fosse) o mundo como verdadeiramente era - terreno estranho pra quem imaginava uma vida perfeita, como em um filme. Do outro lado, um cara decidido, de caráter impecável, cheio de sonhos e virtudes.
Antes eu tinha medo, medo de não ser verdade, de ter que procurar algo para alguma cicatriz futura. Hoje percebo quanto boba eu fui. Estava com alguém que sonhara todas as noites em encontrar. E agora me pego no riso por me ver preocupada com coisas que achava completamente medíocres: vestidos, maquiagem, peso, cozinhar. Peguei-me também questionando loucamente sobre qual a comida que deveria fazer para quando ele viesse almoçar em minha casa. Era contagioso isso? (risos). O que eu quero dizer é que eu estava me preocupando em agradá-lo, sem (é claro) mudar minha personalidade, meu jeito- agora que eu estava ,aos poucos, roubando as rédeas do meu inconsciente (era possível?).
Depois desse diálogo, declarações foram ouvidas de ambas as partes. Nada como uma boa conversa, nada de brigas. E o final é sempre assim: abraços, declarações. Cada um conhecendo o outro, ao mesmo tempo em que possuía um cuidado recíproco. E assim, acostumei-me a me declarar várias vezes ao dia. Era divertido e prazeroso.No final era aceitável concordar que nos dávamos muito bem.Acho que além da conta. A verdade era que tínhamos certeza disso. E ,o melhor, eu estava segura disto .
//dreamsgreen
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Ele
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