quinta-feira, 28 de outubro de 2010

The gray day



Entregue ao frio de um dia monótono e sem sentido.Eu estive dentro da tempestade e achava que era mais forte do que ela.Agora me contento com um coberto, uma paisagem cinza e muitos pensamentos. Onde estavam o barulho das risadas e o calor externo tão confortante?Até o sabor do chocolate se tornava azedo.
Eu conseguia contar os segundos de cada batida no relógio.E isso me amargurava. Nunca um dia tinha passado tão demorado.Ainda por cima, sendo dia de chuva - pleonasticamente falando, já que na verdade foi um dilúvio.
As janelas eram espelhos d'água e eu passei à contemplá-las pelo resto do meu dia de solidão, em meio aos trovões e relâmpagos, junto com uma tristeza e uma questão que não saia da cabeça: "E se eu tivesse continuado o meu caminho?"Eu não era assim?Valente? De Fazer algo à todo custo?No entanto, era capaz de eu nem chegar ao destino.A intuição alertava para não ir.Parecia uma mãe que gritava com o teimoso desejo que não se aquietava.
Suspiro, acabando por embaçar a vidraçaria manchada.A verdade era que eu queria estar com ele, mais do que isso, eu queria senti-lo nesse frio.Envolvê-lo com meus braços, brincar com seu cabelo.E o que eu fazia naquele momento?Desenhava artes abstratos de minha fantasia sem importância, ao mesmo tempo em que era "privilegiada" pela companhia do arrepio. Diabo que percorria minha pele dos locais mais clássicos aos mais ousados.
Outra segundo passado... que horas eram aquelas mesmo?
Vazias.Torturantes.

//dreamsgreen

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