terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O banco da praça



O bando da praça nunca foi tão frio como naquele dia em que ele sentou do meu lado. Eu nunca achei que depois de anos ele voltaria a me assombrar, com aqueles olhos mentirosos e frios, que por ter tal característica ele não olhava os meus, por medo de ser pego.
Eu não acreditei quando soube que ele estava de volta, mas até que me senti feliz, já que desta vez ele bateu a porta da minha vida ao invés de entrar sem ser chamado. Eu poderia finalmente me preparar agora.
Meus olhos se transformaram e até a vontade de dar um riso maléfico não foi descartada. Borboletas voavam em minha barriga, o arrepio e as mãos suadas transitavam numa inquietude sem fim. Meus pensamentos estavam numa velocidade assombrosa. Palavras, frases, tudo metricamente ensaiado para jogar naquele por anos me fez chorar.
Ele sentou do meu lado e entre frases cortadas, olhava o chão a fim de buscar alguma inspiração teatral para me corromper. Disse que andava pensando em mim e que há algum tempo queria falar comigo. Hipócrita!Pensas que eu iria acreditar!Como se eu já não soubesse que na busca de alguém para dizimar sua carência, meu nome retornou a sua lista, já que infelizmente eu não sabia da falta de pureza em seus olhos. Naquela época eu acreditava nas pessoas.
Por um milésimo de segundos, minha raiva se acalmou, porém num descuido da parte dele eu vi os olhos. A mentira estava estampada logo ali a minha frente. Minha raiva borbulhou, mas tudo o que consegui falar foi poucas ironias e mais tranqüilidade. Minha raiva havia se transformado em pura pena daquele simples mortal que jurava que iria conseguir algo, fiquei na negativa, porém meu olhar de desprezo dirigido a ele se intensificava.
Não usei nenhum por cento de minha raiva contra ele. Poderia usá-la como uma armadura, Com ele e com aquele que me apresentou a terra dos sonhos. Infelizmente a característica de não sentir raiva e magoar as pessoas ainda percorria minha mente. Apertei sua mão, em um sinal amigável e dei as costas para sair dali. Eu havia me libertado!

//dreansgreen

4 comentários:

Anônimo disse...

O texto ficou massa namorada!!\o/ hushaushsu i lov u tu matxi! =P

Anônimo disse...

Juh! Que texto massa! Amei!
Mais uma vez consegui me enxergar nele!
Beijão
:)

Fabio Christofoli disse...

o texto ficou tão bem escrito que imaginei a situação perfeitamente

sou mto preso nesse tipo de situação, essa coragem de não brigar (ato que nos aprisiona), apertar a mão e virar as costas eu gostaria de ter

parabéns pelo blog

Augusto Andrade disse...

Belo.

"...borboletas na barriga." Ficou curioso...

BEijoO.

_zin¬.